Brasil se vê agora com risco para enfrentar casos de difteria sem que haja tratamentos disponíveis
1
fevereiro
2019


Ameaçado de perder o certificado de eliminação do sarampo por causa do retorno da doença no ano passado, o Brasil se vê agora às voltas com outro risco: o de enfrentar o crescimento de casos de difteria sem que haja tratamentos disponíveis.
Nos estoques do Ministério da Saúde, há apenas 12 tratamentos para serem usados em casos em casos graves. Esse quantitativo pode atender um número um pouco maior de pessoas – desde que o quadro esteja em um estágio menos avançado. Mas a própria pasta admite que o número é baixo e, em janeiro, solicitou à Organização Pan-Americana de Saúde 200 tratamentos para tratar a difteria. Sem o tratamento, o paciente pode morrer. A queda da cobertura vacinal contra difteria vem sendo registrada nos últimos quatro anos.Dados preliminares de 2018 mostram que apenas um Estado, o Ceará, apresentou uma cobertura vacinal aceitável, acima de 90%.

A difteria é uma infecção causada por bactéria, transmitida pela tosse, pelo espirro ou pelo contato com objetos ou roupas contaminadas. Os sintomas da infecção surgem entre dois e cinco dias depois da exposição. Geralmente isso ocorre de forma gradual, com uma simples dor de garganta. “Com a progressão da doença, a bactéria passa a produzir uma toxina, que pode provocar bloqueio das vias aéreas, inflamação dos nervos e do miocárdio”, explica o pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz, Cláudio Maierovitch.